domingo, 9 de agosto de 2009

Ser professor no filme Entre os Muros da Escola

Esperava mais deste filme, tão premiado. Vivemos num contexto muito semelhante em nossas escolas. Os professores se reúnem em conselhos de classes, reclamam dos alunos, buscam saídas, mas nem sempre as encontram. Em sala de aula vemos alunos desmotivados, sem interesse, agressivos e suas famílias não estão envolvidas no processo ensino-aprendizagem.
A meu ver os aspectos positivos deste filme estão relacionados ao fato de os professores se reunirem em conselho e discutirem coisas sobre os alunos e suas dificuldades na escola, o professor de francês valoriza o trabalho dos alunos através do auto-retrato e das fotos de um de seus alunos que é agressivo e problemático.
Os aspectos negativos estão no vocabulário do professor ao chamar as alunas de “vagabundas” e ao expulsar o colega agressivo da escola. Apesar de acreditar no progresso do aluno e nos avanços que ele teve durante o ano não foi capaz de mantê-lo na escola. Para mim também foi chocante a última cena do filme onde a aluna diz ao professor que não aprendeu nada e ele diz que no próximo ano ela aprenderá. Depois disso, vai jogar futebol como se nada tivesse acontecido, parecendo uma comemoração festiva “entre os muros da escola” que não ensina nada. A meu ver este professor mostra-se passivo ao discurso institucional e não luta para que sejam rompidos os “muros” entres as famílias, entre os próprios alunos e os mais importantes “os muros” entre o saber e não saber!

Ser professor no filme Leões e Cordeiros

Robert Redford é um professor universitário nos Estados Unidos da América muito preocupado em preparar pessoas criativas para a vida. Está cheio de atuar com alunos medíocres, sem perspectiva de serem pessoas produtivas, inteligentes e que realmente “valiam à pena”.
Quando encontra alunos valorosos resolve investir naquilo que acredita. Ou seja – “Os professores são os vendedores dos seus alunos para eles mesmos”. Assim vai em busca dos seus objetivos conversando com um aluno em especial mostrando-lhe que ele pode ser melhor do que vem se apresentando, que ele é capaz de muitos atos inteligentes e construtor de sua vida de sucesso se assim o desejar.
O filme mostra três cenas distintas o tempo todo que vão e vem para ilustrar a ação de um professor e o alcance de seu trabalho dentro de uma sociedade política e social. Há a cena do professor conversando com um aluno e tentando “vendê-lo-“ para ele mesmo, buscando modificar para melhor seu futuro que ainda não chegou. Através da ação pedagógica atual o professor procura mostrar para este aluno que ele pode ser muito melhor que seus colegas de classe e mais, ser muito melhor do que ele o é agora como aluno e quem sabe no futuro ser um político melhor do que o personagem de Tom Cruise que é um senador norte-americano e membro das forças armadas que comanda um exército onde no qual se alistaram dois ex-alunos seus. Estes alunos eram pessoas criativas, inteligentes e preocupadas em tornar o mundo melhor. O professor se culpa por não ter conseguido fazer seus alunos mudarem de idéia e não se alistarem num exército que luta guerras idiotas e inúteis.
Mery Streep faz uma jornalista que critica o exercito e as ações do senador “Tom Cruze”. O filme a meu ver é monótono, mas apresenta uma visão crítica de um professor preocupado em mudar vidas e tornar valorosos alunos criativos e inteligentes. Ele acredita que se “vender” os alunos para eles mesmos vai mudar o rumo de suas vidas e torná-los pessoas melhores, mais produtivas tanto individualmente como no contexto social do país em que vivem.

A Ação Pedagógica no contexto do filme Nascidos em Bordéis

Este filme para mim foi o mais bonito em termos de fotografia e trilha sonora. Apesar do contexto de miséria, de fragilidade social e afetiva das crianças ali descritas, numa Índia pobre e praticamente analfabeta, o filme me emocionou muito pela ação pedagógica da fotógrafa e cineasta que mesmo deixando claro que não era professora nem assistente social conseguiu produzir um filme onde realmente houve aprendizado e mudança de vidas das personagens envolvidas.
O aprender com sentido se fez muito presente neste filme. Diferente de outros contextos educativos e escolares a ação pedagógica no filme passa pela realidade social da vida cotidiana sem máscaras institucionais, onde o aprendizado se dá de maneira rica através do interesse das crianças e da necessidade de mudança de vida, de uma possibilidade de “sair” da condição de ser nascido num bordel, de ter uma mãe prostituta que só tem esta condição para criar seus filhos, de alimentá-los e de futuramente oferecer esta possibilidade de profissão para suas meninas. Mesmo fora de uma escola as crianças aprenderam a arte de fotografar e arte de mudar de vida...
Através da fotografa/ professora/artista as crianças conheceram um novo mundo, mas vistos sob o ponto de vista da própria criança. A meu ver, neste filme a ação da professora consegue lançar mão de muitas pedagogias sem entrar no “pedagogismo” acadêmico que busca uma nota, um conceito e uma aprovação no final do ano. As ações pedagógicas apresentadas no filme Nascidos em Bordéis, vão muito além de uma sala de aula, dos cadernos e do esvaziamento dos conteúdos programáticos. No filme está em jogo um aprendizado de mundo, vida prática. As crianças são convidas a aprenderem a viver, a valorizarem suas histórias e as transformarem em produções criativas e na real possibilidade de uma vida melhor.
Ser professora com uma visão de mundo, não idealista, mas idealizadora de novos horizontes, novas possibilidade de um viver, apesar das condições sociais do seu país de nascimento ou do “Distrito da Luz Vermelha” em que vivem é tornar possível um mundo de aprendizado realmente efetivo que venha acrescentar numa vida tão triste e sem perspectivas.
Para mim, nosso fazer educativo e pedagógico, nossas ações enquanto professores deveriam permear os sentimentos, as noções pedagógicas e humanitárias da professora descrita neste filme. É possível ensinar com criatividade, amor, entusiasmo, humanismo, idealismo, disciplina e com o enfrentamento da realidade nua e crua dos mais variados contextos educativos. É preciso ousar e não desistir nunca...

A Arte do Cinema e o "Ser Professor" no Contexto Atual

Ser professora no contexto do Filme O Sorriso da Monalisa


Percebi assistindo ao filme que os modelos tradicionais estão "gastos" não nos servem mais. Nossos alunos querem sair, mesmo sem saber, daquilo que as convenções da sociedade nos apresentam. Através do olhar renovador da professora de artes as alunas da escola tradicional para as quais lecionava, puderem ver através da arte que suas vidas eram vazias de sentimento, que o que estava posto numa sociedade tradicional não era o que necessariamente as pessoas precisavam viver e sentir. As meninas viviam para um casamento acertado pela convenção social, não pensavam em suas vidas como mulheres e pessoas criativas, produtivas. O papel da professora era de "dar aula" de artes, mas neste "dar", a meu ver, ela dava vida, sentimento, reflexão através da arte ao cotidiano daquelas alunas.
Através da arte e da reflexão a professora mostrava ao grupo que as meninas podiam ir além do sentir a arte e gostar do que estavam vendo. As alunas eram convidadas a ver o que não estava posto na imagem, poderiam ir além e trazerem para suas vidas os sentimentos mais sublimes de amor, criatividade e questionamentos sobre suas próprias vidas. Isto fez com que as alunas mudassem de posição frente a arte e à suas próprias vidas enquanto alunas e mulheres.
Minha reflexão sobre o “ser professora” no contexto deste filme está muita ligada ao fato de mostrar, de ser modo, uma derrota da atividade pedagógica apresentada por esta professora. Ao final do ano letivo a escola tradicional reconheceu o valor da ação pedagógica da professora quando avaliou em termos numéricos, quantitativos que a disciplina de artes tinha mais que o dobro de inscritos pelo fato de reconhecerem, através dos comentários das alunas, o bom trabalho da professora. Porém a direção da escola não reconhece de fato o trabalho criativo e reflexivo desenvolvido em sala de aula e nas atividades proporcionadas pela professora quando esta propunha visitações às exposições e contato com artistas modernos.
Quando falo em derrota me refiro ao foto de a direção escrever uma carta convite renovando seu contrato para o ano seguinte mas impondo normas de conduta em relação a revisar seus planos de aula, ditando normas de conduta pessoal da professora e apontando muitos limites e condições para a respeito de como ela poderia ou não desenvolver seu trabalho naquela escola. A professora continua firme em seus posicionamentos por isso resolve ir embora e não aceitar a normas estabelecidas para continuar seu trabalho como gostaria.
Na despedida, no final do filme quando a professora vai embora e as alunas a seguem de bicicleta fica explicito o valor de seu trabalho e toda a renovação crítica que ela conseguiu construir, através de sua ação pedagógica, nas alunas com quem trabalhou. Contudo fez como a Monalisa, sorriu feliz para alguns momentos, para algumas conquistas, sentiu-se realizada por atingir em parte seus objetivos com aquele grupo de alunas. Mas infeliz por ter que ir embora e não poder dar continuidade ao trabalho que tanto idealizou. Por preconceitos sociais e convenções da época num ambiente tradicional e retrogrado precisou ir embora sem se “dobrar” a tudo isso que representava o velho, o antigo, o ultrapassado simbolizando “a não arte”, um não a reflexão e ao pensamento criativo.

domingo, 2 de agosto de 2009

Alguns trabalhos produzidos no atelier livre


Este trabalho tem o título de visões do cotidiano e a técnica utilizada foi acrílico sobre tela.

Ser Professor no Contexto Atual

Após assistir ao vídeo "Ser professor no Contexto Atual" apresentado pela professora Maria Helena Vagner Rossi salientei as seguintes questões por considerar fundamentais nas práticas pedagógicas atuais, em especial no ensino de artes.
Segundo, John Dewey, O professor deve despertar o entusiasmo e valorizar a capacidade de pensar nos alunos, pois assim estará priorizando o conhecimento nas crianças que, no atual contexto, não estão sendo preparadas para a vida. Concordo com Dewey, pois conhecimento, vida e educação devem andar juntos e fazerem parte do cotidiano das nas escolas.
Para Piaget o aprendizado deve ser construido pelo aluno e é na relação sujeito /objeto que deverá a contecer todo processo de aprendizagem. Vygotysk afirma que o professor deve ser um mediador da interação social entre o sujeito e o objeto, e salineta que quanto maior for a aprendizagem, melhor será o desenvolvimento da Zona de desenvolvimento proximal do sujeito.
Paulo Freire dizia com muita propriedade que "a leitura do mundo antecede a leitura das palavras" anunciando assim que o professor deve proporcionar a criticidade nos alunos através do desenvolvimento da curiosidade buscando a superação da consciência ingênua evidenciando a reflexão constante dos alunos e professores e valorizando sempre a formação constinuada dos docentes para que haja assim tal reflexão. Edgar Morim critica o curriculo fragmentado e afirma que os curriculos são fragmentados mas a vida não, para o autor os problemas do cotidiano devem estar incluídos no curriculo escolar, só assim haverá maior aprendizado. Enquanto as disciplinas não se relacionarem haverá muita dificuldade e aprendizagem do conteúdo será deficitária.
Concordo com Phellipe Perrenoud que defende o fato de o professor no contexto atual , estar em sintonia com seus alunos, o professor atual deve manter um diálogo constante com seus alunos, deve procurar conhecer o pensamento, o que sabem, como desejam aprender e o que hes intessa no momento em que estão vivendo. Este professor deve promover o desenvolvimento das competências dos alunos e também saber administrar sua própria formação profissional através da formação continuadae saber que ela não se encerra no curso de licenciatura. Ao contrário, o professor deve ser um professor pesquisador, como comenta o Antônio Nóvoa, falando em professor reflexivo.
Para mim a discussão sobre "Ser Professor no Contexto Atual" gira em torno desta questão principal: o professor atual deve ser um professor pesquisador que refelte sobre sua prática, que troca experiências com parceiros mais experiêntes ou menos experiêntes, mas que discute sua prática cotidiana, que aceita críticas e que se renova a todo instante ao se deparar com novas teorias e novas tecnologias.

título: Árvore do Conhecimento

indicação de blogs

http://dobarro.blogspot.com/

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http://blog.aprendaki.net/category/eventos-educacionais/abpp/

Indico estes blogs por conterem informações preciosas e bem abrangentes sobre os temas que muito me interessam: artes, psicopedagogia, crianças, adolescentes e desenvolvimento intelectual, comportamental e psíquico.